sábado, 20 de novembro de 2010

Sono



Essa sonolência dificulta a expressão das palavras com clareza. 
As falas ficam  óbvias, 
até incoerentes. 
A cada duas frases
uma é apagada por não fazer o menor sentido.
Ainda assim, tais obstáculos não são o bastante para frear essa vontade de escrever.  
Cada letra é uma sensação, 
um cheiro de dom, 
um som de tentativa. 
E é na tentativa de não cair debruçado sobre as teclas é que se escreve. 
Se escreve sobre si, sobre o mundo, intercalando a si com o mundo.
É sono. 
As palavras já saem preguiçosas, 
escorridas, 
bocejantes.     

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