terça-feira, 19 de julho de 2011

Filosofia da indireta, a espada do covarde.



Alusão ou observação disfarçada, não explícita
Confessemos que ocasionalmente todos fazem uso desse ardil tão aprazível ao ego. É tão rápido e extremamente funcional! O mensageiro transmite como uma catapulta, como uma metralhadora que atira ao vento. Faz de seu posto ou púlpito uma fortaleza para esconderijo de covardes. O receptor percebe desconfiado, espera apreensivo cada palavra. E mesmo quando tem a certeza de que é o alvo, muitas vezes – quase sempre – nem se importa. 
Podemos verificar duas curiosas situações: na primeira, a mensagem é de tal complexidade que o mensageiro, infeliz em sua indireta, não provoca nenhum estímulo sequer em seu destinatário. Na segunda, para a felicidade do mensageiro, a mensagem – abstrusa ou não – é cuidadosamente entregue ao destinatário devido às incontáveis caracterizações, descrições e quase personificações. 
No entanto, acontece o que mensageiro não esperava: muitas vezes - quase sempre - o alvo não se importa. Essa desconsideração pode ter duas causas: na primeira, a mensagem é absurdamente equivocada. Uma falácia das piores, ou até outra bem sofisticada. Mas falácia. Na segunda, a mensagem é tão absurdamente correta que a circunstância da indireta é que se torna mais absurda. É tão verdade que deveria ser dita diretamente.
Vemos então a fragilidade dessa estratégia.
Também concluo que as palavras de Abraham Lincoln,
É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do quer falar e acabar com a dúvida
são válidas para pouquíssimas ocasiões. 
Como proceder então, vista a fragilidade da indireta e a pouca funcionalidade da omissão? Obviamente é a mensagem clara e direta. Sem rodeios ou devaneios. Simples, direta, clara, objetiva. Certamente é melhor parecer um idiota do que ser um covarde.

A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer custo. 
LUTERO