Desta majestosa monotonia

Escrever sempre me despertou curiosidade. 
Um desafio de escolha de verbos, advérbios, locuções e estratégias que não existe - com tal refinamento - no discurso oral.
Não dicotomizo esses tipos da linguagem, pois a beleza dessa reside na integralidade entre oralidade e escrita. Apenas percebi na escrita a  minha maneira de arte.
Decidi, então, escrever um blog de poesias, contos, artigos de opinião e outros gêneros textuais para exultar na monotonia da vida.
Quando li a expressão majestosa monotonia no livro O Evangelho Maltrapilho, de Brennan Manning, tive a certeza de que esse era o nome para o blog. Tempos depois, o trecho de Ortodoxia (G.K. Chesterton) confirmou minha certeza:
Pelo fato de as crianças terem uma vitalidade abundante, elas são espiritualmente impetuosas e livres; por isso querem coisas repetidas, inalteradas. Elas sempre dizem: “Vamos de novo”; e o adulto faz de novo até quase morrer de cansaço. Pois os adultos não são fortes o suficiente para exultar na monotonia. Mas talvez Deus seja forte o suficiente para exultar na monotonia. E possível que Deus todas as manhãs diga ao sol: “Vamos de novo”; e todas as noites à lua: “Vamos de novo”. Talvez não seja uma necessidade automática que torna todas as margaridas iguais; pode ser que Deus crie todas as margaridas separadamente, mas nunca se canse de criá-las. Pode ser que ele tenha um eterno apetite de criança; pois nós pecamos e ficamos velhos, e nosso Pai é mais jovem do que nós.
Perceber a grandiosidade do monótono é jubiloso!